sábado, 28 de julho de 2012

Chico...





Deus me proteja de mim.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Canto


Olho o céu se desenhar numa manhã
Imaginado as tantas léguas do caminho
Ao som suave de um anjo passarinho
No gosto bom de um doce de avelã
E divagando como se no meu divã
Vou percorrendo o passado do meu tempo
Querendo ver o meu acerto nesse intento
Que foi a vida que se fez no meu instante
E um caboclo que a percorre se faz errante.
Por entre os becos esquecidos da jornada
A poesia  se fez a minha amada
E eu poeta me fiz o seu amante.

Duperron Carvalho

terça-feira, 24 de julho de 2012

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Rua



Sons altos gritam dispersos
Dementes, a quando,
O Tempo  incessante
Nas agruras da vida,
Martela as esquinas
Revelando-se fatal.
E as horas  desfalecem
Em segundos  retardantes.
Mergulhadas no fato.
                            Da rua....
Da  Avenida de mil dores
Das paixões doces
Do  improvável beijo nos asfalto
Do inapto amor.

Duperron Carvalho


sexta-feira, 29 de junho de 2012

Recado a Manuel


Bandeira, te digo e tão simples:
A alma, eis a essência do amor.
Esqueces o corpo; ali, pura carne,
Matéria densa e vil, não traz-te mais nada,
Senão um enlevo efêmero.
Mas a alma, não...
Essa é desvelo da vida.
De sublimes gestos indescritíveis.
O amor não é corpo, Manuel;
É toda uma coisa que vibra
A uma frequência baixíssima...
                            Ínfima...
Que apenas se sente
Ebulir por entre os olhos
Quando se ama.
E a carne, nada tem com isso.
Só consuma a mera lascívia, que 
Sem antes nem depois, não existe.
Por isso insisto, Mestre.
Esqueces o corpo, o corpo é quem
Estraga o amor.

Duperron Carvalho

terça-feira, 19 de junho de 2012

Retalho


Poesia, carícia da alma
Pro mundo sem rumo
Dum ínfimo intimo
As sentidos de tudo
Que vive e que pulsa
E sonha ao sonhar
- O enlevo da vida
Poesia, oh querida
Permita-me amar.

Duperron Carvalho

sábado, 16 de junho de 2012

Tecendo um manhã


Um galo sozinho não tece uma manhã: 
ele precisará sempre de outros galos. 
De um que apanhe esse grito que ele 
e o lance a outro; de um outro galo 
que apanhe o grito de um galo antes 
e o lance a outro; e de outros galos 
que com muitos outros galos se cruzem 
os fios de sol de seus gritos de galo, 
para que a manhã, desde uma teia tênue, 
se vá tecendo, entre todos os galos.

João Cabral de Melo Neto.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Nudez



" Não  cantarei amores que não tenho,
E, quando tive, nunca celebrei.
Não cantarei o riso que não rira
E que, se risse, ofertaria aos pobres.
Minha matéria é o nada.
Jamais ousarei contar algo de vida:
Se o conto sai da boca ensimesmada,
É poque a brisa o trouxe, e o leva a brisa,
Nem sabe a planta o vento que a visita.

Carlos Drummond de Andrade


terça-feira, 12 de junho de 2012

Carne



O mundo em minha frente...
Universo...

                        Universo...

Em tudo que é pequeno.
                       
                           E sutil...
Universo infinito...
E absurdo como a carne,
Que me prende e me golpeia.
                            - Sempre a nuca.
Então perco o cerne...
E mergulho...

                            Me afogo...
No mundo infindo das coisas efêmeras
E vou ao tempo que voa- na valsa da vida
                                       Pra qualquer lugar...

Do universo mudo
Do infinito que não tem barulho.
Lugar sem muros...
                 Lugar ali.

Duperron Carvalho

quarta-feira, 23 de maio de 2012

DE PRIMEIRA GRANDEZA

"....E se destina a vida, ao gozo, a mais do que imagina
O louco que pensou a vida sem paixão...."

Belchior.

Um pedacinho de uma letra belíssima do querido belchior. 

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Dama de ouro


Com uma criatividade singular Maciel Melo faz musica que ecoa por entre a alma e os sentidos, perambulando sobre as esquinas das nossas emoções. De Iguaraci para o mundo!





sábado, 19 de maio de 2012

Desassossego


Eternos murmúrios me tiram o sono.
                                  Quando sono tem...
                                  Quando o sono me vem...
Jamais o silêncio é tanto pra meditar,
Entre as pedras arquitetadas do apartamento
Sobre as saudades da vida e as angustias do homem.
                                               Sempre há um grunhido...
Um desassossego qualquer.
Um grito!
A cidade parece latir, uivar....
Não há  a solidão que tanto preciso
                                  Pra ser só meu....
A noite se vai....
Depois vem o dia
E os seus sons,
Sons da vida,
             Que grita...
Dizendo: estou indo.

Duperron Carvalho

A estrada


Esta estrada onde moro, entre duas voltas do caminho,
Interessa mais q uma avenida urbana.
Nas cidades todas as pessoas se parecem.
Todo mundo é igual. Todo mundo é toda gente.
Aqui, não: sente-se bem que cada um traz a sua alma.
Toda criatura é única.
Até os cães.
Estes cães da roça parecem homens de negócio:
Andam sempre preocupados.
E quanta gente vem e vai!
E tudo tem aquele carater impressivo que faz meditar:
Enterro a pé ou a carrocinha de leite puxada por um
                                               [Bodezinho manhoso.
Nem falta o murmúrio da água, para sugerir, pela voz
                                                          [Dos símbolos,
Que a vida passa!Que a vida passa!
E que a mocidade vai acabar.

Manuel Bandeira

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Vital Farias no Sr Brasil

Das Profundezas do nordeste para as profundezas da alma. Esse paraibano de Taperoá retrata com sua arte os modos e maneiras mais sutis do bom e velho sertanejo. De fato, não tem como não se emocionar. Veja e aprecie.


sexta-feira, 11 de maio de 2012

...Pedaço de verso....


Um cheiro de flor...
Perfume do mar...
No teu corpo meu
Corpo no teu
              É pra se perder...
Então,
Não olhes assim
Com um terno olhar
Num leve piscar
Me ganhas pra ti
Me levas de mim
Pra o teu lugar.

Duperron Carvalho


segunda-feira, 2 de abril de 2012

Tarde em Itapuã





Sublime...... e Nada mais.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Mascarenhas

Esses versos foram feitos no metrô já no final da noite, quando eu observei a tez de enfado e esgotamento nos rostos dos que ali me faziam companhia.

Mascarenhas....
Quantas noites eu vi o teu escuro.
Paralela a tua trilha
O meu trilho
                entre os muros....
Quantas noites...
Quantas sinas...
Também percorrem esse mundo.
Tu que segues rumo ao centro
                               rumo ao cais...
Onde estão os contentamentos
Nos rostos que o trem traz
Tu que vai aos afogados
Que morrem lá pra trás
Leva embora os rostos tristes
Que o descanso satisfaz
Leva como quem partisse
Mascarenhas de Moares.

Duperron Carvalho

A todos que discorrem sobre a avenida mascarenhs de Moraes.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Eu tento salvar...


Na brisa da noite
Numa praia por lá
Princesa, tu fosses
Jamais vais voltar
Deslizo meus versos
Pensando nos gestos
Teu jeito de olhar
Eu lembro vagando
Na noite sonhando
Teus beijos ao luar
As horas só correm
E as lembranças que morrem
Eu tento salvar.

Duperron Carvalho

Nas noites por ai

Esse é do tempo das roedeiras e dos aperreios do coração.


No silêncio a noite traz
Mil consolos aos meus lamentos 
Fecho os olhos e penso nos momentos
De um passado remoto e fugaz
Nos desvelos que eu já nem lembro mais
Nos dengos de um velho sentimento

E passo o tempo acordado no receio
De capotar nas curvas de um sonho teu
Lembrando as doçuras de uma amor que morreu
De me perder de vez e sem freio
As vezes é difícil, eu nem creio
Que aquele amor errante padeceu.

Duperron Carvalho